No princípio era assim
Como o tempo passa………..
Em 1961iniciei a minha modesta
etapa académica.
Saí da minha Aldeia, Parada-Bragança com vontade de abraçar os estudos, incentivado pelos pais e amigos. Acompanharam-me os
meus amigos Nuno Morais, Francisco Gonçalves e Assédio Gonçalves.
A minha mãe preparou-me o meu
pequeno enxoval. Sim, era modesto, mas continha o necessário para as necessidades
de um Aluno interno de um Colégio onde nada faltava. Aliás, foi a própria
Instituição que fez a relação do material a solicitar para o bom funcionamento
da catividade escolar.
O Colégio Salesiano de Arouca,
reunia excelentes condições para que os alunos se sentissem confortáveis. Rigor,
disciplina em condutas e normas para uma formação educativa, preparando os
alunos para o futuro.
Logo de início, foi possível
observar que a minha vocação não se enquadrava, nos regulamentos impostos e
como tal a minha nota periódica de comportamento não era nada agradável.
Regular, quando não era sofrível.
Toda atividade escolar também
não era brilhante. A apreciação à conduta do aluno, tinha sempre a mesma
conclusão. Falta de Concentração na
atenção. O tempo foi passando na espectativa que algo se pudesse alterar na
minha conduta.
Lembro-me que pela quadra festiva
da Páscoa, os meus pais me foram visitar. Insistiram para eu mudar os meus
comportamentos a nível de conduta e aplicação nos estudos. Não foram visíveis
melhorias, pelo que penosamente tentei terminar o ano Escolar.
Não foi fácil para mim, muito
menos para os meus progenitores. As despesas mensais mantinham-se, bem como as
notas eram fracas.
O Colégio Salesiano de Arouca,
pretendia formar alunos vocacionados para o sacerdócio. Queriam mudar
mentalidades para enriquecer os quadros da religião.
Sendo católico, nunca admiti
seguir tais desígnios.
No rescaldo dos exames de final
de ano, confirmou-se a insuficiência de resultados para ultrapassar a mudança de
ano. No envio das notas escolares, aconselharam os meus pais a não dar
continuidade à minha carreira estudantil, naquele estabelecimento de ensino
pelas razões que descrevi.
Hoje com 70 anos, preste a completar os 71, encontrei na minha casa em Parada a mala, cobertor com o meu número de aluno 446 e o respetivo missal de acompanhamento religioso.
Partilho com os meus leitores, esta minha simples e falhada etapa da minha vidas, ilustrando com a imagem do referido achado.
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