6 de setembro de 2015

Tempos de criança

Caros conterrâneos, amigos e leitores;

Não sei bem porquê, mas a verdade é que hoje, ao consultar os meus arquivos fotográficos, deparei com umas imagens há pouco tempo produzidas, mais concretamente no mês de Junho passado, que criaram em mim um sentimento de nostalgia, que passo a descrever;

Tendo nascido na maravilhosa aldeia de Parada, por ali cresci, fiz a minha infância e adolescência. A primeira vez que me foi dado observar o mar, já eu tinha 16 anos, altura em que me desloquei a Matosinhos, prestar provas de admissão ao concurso de voluntários para ingresso na Marinha Portuguesa.

Como habitualmente a estação do verão atingia temperaturas altíssimas. Praia? Nem sabia o significado dessa palavra. Então as crianças da minha aldeia, deslocavam-se à procura de locais frondosos e com água em abundância.

Existia e existe, um local idílico denominado Olas, com poços feitos pela natureza nas próprias rochas, fazendo jus aquele provérbio que diz “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Água corrente da ribeira cristalina, oferece piscinas naturais de encantos indiscritíveis.

Ausência de poluição, habitat de algumas espécies aquáticas, rãs, pequenos répteis, cobras de água inofensivas, que com a nossa presença se afugentavam.

Por volta do meio-dia, depois de almoço, as crianças rumavam em grupos na direção da ribeira para usufruir de umas horas de lazer, tomando as nossas banhocas, completamente nus, aprendendo as nossas técnicas de natação e mergulho.

Que saudades desses tempos de felicidade que a natureza tão bela e tão pura nos proporcionava.

Bem sei que muitos também aproveitavam o armazenamento de água nos poços das hortas destinados a regas para dar uns mergulhos. Mas meus amigos, Olas eram Olas e mais a poente, também existia o Merouço, mas de menor dimensão.

Voltando às Olas, a cascata caía sobre a Caldeirinha, esta através de um buraco descia ao Caldeirão onde em cascata a água caía no Poço do Ladrão, este de maior dimensão, permitido espaço de maior conforto para a natação.

Bom, recordo que a nível de salto e mergulho, havia uns de maior agilidade e audácia. Para mim, entre os melhores estavam o Pedro do Xico Pedro e mudo da Cristiana; enfim muitos mais havia a realçar.

Pois bem, depois desta modesta descrição do que era para mim/nós a praia, partilho com os meus leitores deste meu/nosso espaço virtual algumas imagens para ilustrar o que acabo de descrever. Estas, fotos podem não ser completamente esclarecedoras, dado o estado de abandono em que o local se encontra, muita vegetação e ausência de limpeza.

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Como sempre o meu caloroso e fraternal abraço. VIVA PARADA.

Manuel Afonso (Manuel Silvino)

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PARADA - Lar, Doce Lar - Meu Berço e meu Refúgio

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A mesma Parada vista por dois olhares